Thiago Barcellos
Capitão Planeta e os cinco cavaleiros apocalípticos do Greenpeace.

Convenhamos: o que poderia dar errado quando um dos maiores magnatas da comunicação mundial junta suas forças monetárias com uma softwarehouse especializada de fundo de quintal especializada em vídeo games?
Tudo. Sistematicamente.
Seguindo a lógica capitalista da barbárie, a dobradinha Ted Turner/NovaLogic , e baseando-se nas premissas noventistas da conscientização ambiental de um desenho de sucesso, atacou a humanidade com o Capitão Planeta e seus cinco cavaleiros apocalípticos do Greenpeace.
Usando de um léxico bonito, digamos que Captain Planet and the Planeteers do Mega Drive dá uma aula de concisão e sugestionamento sob uma linguagem que chamarei de "abstrata" em todo o seu level design.

Mentira.
Os gráficos são de uma mediocridade monumental, pra dizer o mínimo.
Mas para que não digam que só desci o malho e vergastei impiedosamente o lombo do jogo, lá pela altura da 6.º fase ouve-se em toda sua glória a Nona Sinfonia.
Mas cá entre nós: quem é que precisa de Beethoven soando como flauta eletrônica num looping eterno?
Quase uma boa notícia: por conta de uma problemática envolvendo os royalties à época, esse game por pouco não viu a luz do dia.

Assim, pra terminar, faço das palavras que Peter Clemenza diz a Michael Corleone em O Poderoso Chefão as minhas: “é preciso parar essas coisas no início. Como deveriam ter parado Hitler em Munique."