Thiago Barcellos
Gárgulas, Tarkovsky e Napoleão Bonaparte

Willem Dafoe quando quer é versátil.
Ruas de Fogo (1984), homenagem aos filmes de delinquência juvenil da década de 50, é de Walter Hill, californiano de Long Beach e que sempre levou muito jeito pra cinema.
Mas quem se sobressai é Dafoe, que dá-nos um animal com um sorriso que lembra gárgula de igreja e que nos mantém na ponta da cadeira com grande fúria, energia e vitalidade.
Tarkovsky
O cinema de Andrei Tarkovsky não se compara a nada que se mova ou se reproduza sob a face da Terra.
Seu cinema é uma coisa única e rara em sua totalidade. Um movimento metafísico. Um fenômeno específico.
Você pode tentar compreendê-lo, mas no máximo, vai acabar percebendo que a arte em si é algo absolutamente inexplicável.
Quem não consegue assistir aos seus filmes com o coração, com a alma – vide A infância de Ivan e O espelho – nunca entenderá a razão de seu cinema ser tão instigante e perturbador.
O Napoleão do cinema
Revejo um filme pouco visto e também falado de Rod Steiger, Waterloo (1970), no cabo.
Ele interpreta ninguém menos que Napoleão Bonaparte. Sob a sua sombra os outros atores, inclusive gente do quilate de Christopher Plummer, me parecem emocionalmente aleijados, incompetentes. Um gênio.