
Thiago Barcellos
John Huston, o Ernest Hemingway do cinema

Todos os diretores-roteiristas que trabalham na indústria de cinema atualmente têm uma dívida perpétua com artistas como John Huston.
John Huston foi o Hemingway das telas.
Ambos achavam a guerra e a caça ambições supremas do homem.
Os dois acreditavam, sobretudo, em “características herdadas” do ser humano, e que quem nasceu na América é “diferente” de outros que nasceram em outro lugar. Pra eles, os nativos da nação têm uma misteriosa aura de excesso de intensidade.
O homem, pleno de vitalidade é o apêndice de qualquer sociedade.
Huston filmava como quem proseia.
Havia neles (Hemingway e Huston) uma escrita curta e estoica.

Em O tesouro de Sierra Madre (48), Humphrey Bogart, viril, o protótipo da ambição masculina, dizia palavras que pareciam pescadas no frescor de um riacho.
O filme transgride as convenções típicas da época: expõe grandes estrelas do cinema, especificamente Bogart, à luz desagradável da ganância e da cobiça.
Os homens que começaram como seres humanos decentes, descem à rapacidade (mais notavelmente Bogart), afastando bandidos e outros caçadores de tesouros dispostos a trocar sua humanidade por algumas pepitas de ouro.
Ainda fazem filmes assim?