Thiago Barcellos
"O Esquadrão Suicida": o prazer sensorial da matança em CGI

Não há falta de dinheiro em Hollywood. Sempre houve o fetiche da "iniciativa privada" que sempre regeu o entretenimento norte-americano.
E embora há a pestilência que, vira e mexe nos alvora, há pilhas de técnicos de primeira qualidade na indústria que perseveram tal como o Santiago de Hemingway. O cinema americano sobrevive, apesar das intempéries das águas turvas; uma prova incomum de vitalidade. Em síntese, the show must go on.
O Esquadrão Suicida (21), de James Gunn, me dá a maior certeza.
O CGI, claro, é uma sina. Mas Gunn o faz com tanta satisfação que o torna veraz. Reverbera.

O filme passa, pasmem, de uma forma esplêndida, o prazer sensorial que um bando de anti-heróis dos quadrinhos da DC Comics têm ao combater, explorando assim nossos instintos mais baixos, desembocando no prazer puro e simples de matar do homem.
E apesar da simplicidade quase comovente do roteiro, há Margot Robbie como Arlequina que parece, quando entra em cena, a rainha das formigas, capitaneando o elenco e todos os urros masculinos ao redor. E sim, cavalheiros, o cinema também pode ser uma diversão deliciosamente inofensiva.
Quando Gunn morrer, será pranteado por todos os nerds do cosmo e por todos os gatos vadios de Los Angeles.