Thiago Barcellos
O Exterminador do Futuro 2: um imbróglio do Hades
Na reclusão monástica da quarentena, milito pra me furtar dos tantos abrolhos e
canalhices da vida cotidiana.
Exemplos vários.
É o gato que urina nos meus sacrossantos quadrinhos; a ex-namorada que teima em
reaparecer feito ectoplasma; a cerveja caríssima - mas que ficou choca -, e que agora
tem gosto de Cebion com varíola.
É sexta-feira 13 e eu, graças a Jeová, não me chamo Kevin, não tenho uma crush
chamada Pamela e não estou acampado no Crystal Lake.
Encontro pegando poeira no armário, O Exterminador do Futuro 2 e, lá vou eu,
empurrá-lo pra dentro do meu bom e velho Mega Drive, aquele monolito negro
kubrickeano calejado de tantas guerras.

A imponência do power on começa a ditar as regras do meu inocente "sextou"
Dedilho o direcional.
Súbito.
Eis que me deparo, de soslaio, com um título que sempre desprezei, baseado num
filmaço que vi no cinema em 91.
Foram 3 min., se muito, de jogatina.
Um imbróglio do Hades, minha gente. Uma jogabilidade que é pura patifaria de satanás
mesclada com a profundidade de um pires.
Puro inferno. Total mundo subterrâneo. Esse, afinal, é o destino de todos os dejetos. É
ou não é? E esse aqui, juro, vai no mínimo beber água do vaso sanitário.
Sorry, James Cameron.