Thiago Barcellos
"Super Mario Bros. O Filme" (1993): uma das maiores atrocidades cinematográficas de todos os tempos

Durante o evento Nintendo Direct, foram revelados mais detalhes da animação baseada na franquia Super Mario Bros. O filme, ao que parece, chega aos cinemas em 21 de dezembro de 2022 e é produzido pela Illumination, estúdio responsável por Meu Malvado Favorito. Chris Pratt (Guardiões da Galáxia) vai emprestar a voz para o personagem principal.
Como os ânimos dos gamers de todo o mundo ficaram em polvorosa por conta do anúncio da Big N, resolvemos revisitar a primeira adaptação do jogo, o lendário (pelos motivos errados) filme live-action de 1993. Trata-se de uma das grandes atrocidades que o cinema já cometeu em se tratando de transposição de games de sucesso para as telonas.
Mesmo sendo uma comédia, é impossível não se frustrar com esse insulto cinematográfico dirigido pelo casal Rocky Morton e Annabel Jankel. O filme é comumente criticado como uma das piores de adaptações de games já conhecidas.
Se o game Super Mario Bros é, indiscutivelmente, um dos maiores games de todos os tempos, um filme dessa estirpe torna seu filme ainda mais decepcionante.

A galera que enlouqueceu com o filme Sonic the Hedgehog e seus atrasos devido aos estranhos designs de personagens, obviamente nunca cruzaram com esse filme do Mario.
Em uma entrevista para o The Guardian, o falecido ator Bob Hoskins, que interpretou o personagem Mario, no filme, foi questionado: "Se você pudesse editar seu passado, o que mudaria?" Ele respondeu:
"Eu jamais faria Super Mario Bros.
A "obra" (sorte grossa de quem não assistiu), segue a seguinte toada:
Exonerados da Petrobras por serem flagrados praticando zoofilia com um cágado numa estação de petróleo em Maricá, a dupla de concurseiros profissionais, Bob Hoskins e John Leguizamo, entram literalmente pelo cano e vão tentar a sorte como bombeiros hidráulicos na Cracolândia.

Entre pisar numa tartaruga aqui e baforar uma pedra acolá, ambos são, repentinamente acometidos por uma viagem lisérgica e vão parar numa dimensão cinematográfica distópica que se assemelha a um casamento profano entre um filme do Fellini e um clipe da Turma do Balão Mágico de 1985.
Dennis Hopper, munido de seu indefectível olhar esclerosado - e que por muito pouco não fora despedido por conta de certos gracejos pornográficos para as estagiárias do set -, interpreta o Rei Koopa, vião tanto do game quanto do filme.
Quis o destino, que é um gozador, que o técnico de maquiagem do filme contraísse malária e fosse afastado da produção. Coube então ao artista plástico brasileiro, Orival Pessini, o criador do personagem Fofão, a árdua tarefa de substituí-lo de última hora.

Acontece que Pessini (que só sabia projetar bochechas e bolsas escrotais de látex para filmes adultos) transformou Koopa - que segundo o script era pra ser "um réptil tirânico e antropomorfo" - numa gigantesca barata descascada.
Além de ser uma produção soturna, suja e depressiva, Super Mario Bros. O Filme, foi um fracasso criativo e comercial, em detrimento do atual status cult - mas naquela categoria mais baixa de prazer culposo.
Essa indigesta obra de 1993, pura atrofia da alma humana, tem como resultado a condenação à eterna infância do subdesenvolvimento.
No entanto, Deus é grande e zela pelos que se acautelam ao lerem resenhas fílmicas como esta que, tecida por um mero escriba feito eu, só querem trazer paz para os homens de boa fé.